Violência policial é tema do documentário Auto de Resistência

Auto de Resistência/Reprodução

2015. Costa Barros. Cinco amigos comemoravam o primeiro emprego de Betinho, de 16 anos, quando foram assassinados por policiais militares do 41º BPM, que dispararam 111 tiros sobre o carro onde estavam. Os policiais tentaram forjar a cena do crime, plantando próximo ao carro uma réplica de arma e um revólver que não era capaz de produzir tiro.

2014. Manguinhos. Johnatha tinha ido até a casa da sua avó para deixar um pavê feito por sua mãe e depois foi levar a namorada em casa. Na volta, foi morto com um tiro nas costas.

2012. Favela do Rola. Durante uma operação da CORE, policiais atiraram de um helicóptero em direção à comunidade, matando cinco homens. Após a operação os policiais alteraram a cena dos crimes e justificaram as mortes como "auto de resistência". O caso foi todo filmado em uma câmera no capacete de um dos policiais. Em 2017, os policiais foram absolvidos.

Esses são apenas alguns dos casos contados em Auto de Resistência, documentário de Natasha Neri e Lula Carvalho, que chega aos cinemas na próxima quinta (28). O nome do filme é uma referência à justificativa dada pela PM do Rio que alega "legítima defesa" para mais de 16 000 assassinatos cometidos por ela desde 1997.

Vencedor do Festival É Tudo Verdade 2018, o documentário acompanha a trajetória de personagens que lidam com essas mortes em seus cotidianos, mostrando o tratamento dado pelo Estado a esses casos, desde o momento em que um indivíduo é morto, passando pela investigação da polícia, até as fases de arquivamento ou julgamento por um tribunal do júri.

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