por Filipe Fernandes
O mineiro Jacques Fux já havia publicado três livros: Antiterapias, Brochadas e Meshugá, rendendo diversos prêmios como o Prêmio São Paulo de Literatura 2013 e o Prêmio Manaus de Literatura. Recentemente, ele se tornou o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Nobel de Literatura. Agora ele publica seu quarto livro Nobel, que traz o discurso de agradecimento à Academia Sueca escrito por ele.
Na realidade, tudo isso não passa de uma invenção de Jaques, que nunca ganhou o Prêmio Nobel (e, depois desse livro, nem ganhará), mas mesmo assim, fez questão de escrever um discurso. Vai que...
Em seu livro, ao invés de tradicionais palavras debajulação agradecimento, Fux prefere se autoglorificar, e ainda se explica dizendo que "todo escritor é uma amálgama de Narciso com Dorian Gray" e que até quem fala de Literatura em blog de Internet "tem certeza de possuir um dom extraordinário e sagrado".
Considerando a Academia uma grande farsa, Fux revira a historia dos grandes escritores a fim de trazer luz aos seus segredos mais obscuros e encobertas por uma instituição que diz buscar a pureza e a perfeição, conceitos desconstruídos por Fux. Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e até José Saramago são alguns dos escritores que se tornaram vítimas das "blasfêmias" destiladas por Jacques, que vai fundo nos atos mais sórdidos da vida pessoal dos "Deuses da Literatura". Adultério, racismo, suicídio. Nada é tabu para o autor, que não poupa o deboche e a ironia para expor as hipocrisias da Academia.
O tom irônico fica ainda mais forte porque Jacques se utiliza de uma linguagem levemente acadêmica que contrasta com a forma desaforada com a qual se dirige à Academia, que chega a ser chamada de impostora e patética, e seus membros, taxados de delirantes e símios.
Mas vale ressaltar: Fux não tem o menor interesse de condenar a Academia. Pelo contrário, ele até aplaude as obscenidades dos grandes escritores, ao mesmo tempo em que compartilha seus próprios podres.
Uma grande ironia é que neste ano não haverá um Nobel de Literatura, uma vez que a Academia não tem membros suficientes para a eleição, já que oito jurados se afastaram devido às denúncias de assédio sexual, envolvendo o artista Jean-Claude Arnault, marido de Katarina Frostenson, ex-integrante da Academia. No livro, Fux cutuca a conivência da Academia com o assédio sexual, citando os escândalos de Derek Walcott, vencedor do Nobel de 1992.
Ter algum conhecimento sobre a vida e a obra dos escritores citados no livro pode ajudar a entendê-lo melhor. Porém, não é requisito. Pelo contrário, o livro só aumenta o interesse nas obras desses infames autores.
O mineiro Jacques Fux já havia publicado três livros: Antiterapias, Brochadas e Meshugá, rendendo diversos prêmios como o Prêmio São Paulo de Literatura 2013 e o Prêmio Manaus de Literatura. Recentemente, ele se tornou o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Nobel de Literatura. Agora ele publica seu quarto livro Nobel, que traz o discurso de agradecimento à Academia Sueca escrito por ele.
Na realidade, tudo isso não passa de uma invenção de Jaques, que nunca ganhou o Prêmio Nobel (e, depois desse livro, nem ganhará), mas mesmo assim, fez questão de escrever um discurso. Vai que...
Em seu livro, ao invés de tradicionais palavras de
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Divulgação/José Olympio |
O tom irônico fica ainda mais forte porque Jacques se utiliza de uma linguagem levemente acadêmica que contrasta com a forma desaforada com a qual se dirige à Academia, que chega a ser chamada de impostora e patética, e seus membros, taxados de delirantes e símios.
Mas vale ressaltar: Fux não tem o menor interesse de condenar a Academia. Pelo contrário, ele até aplaude as obscenidades dos grandes escritores, ao mesmo tempo em que compartilha seus próprios podres.
Uma grande ironia é que neste ano não haverá um Nobel de Literatura, uma vez que a Academia não tem membros suficientes para a eleição, já que oito jurados se afastaram devido às denúncias de assédio sexual, envolvendo o artista Jean-Claude Arnault, marido de Katarina Frostenson, ex-integrante da Academia. No livro, Fux cutuca a conivência da Academia com o assédio sexual, citando os escândalos de Derek Walcott, vencedor do Nobel de 1992.
Ter algum conhecimento sobre a vida e a obra dos escritores citados no livro pode ajudar a entendê-lo melhor. Porém, não é requisito. Pelo contrário, o livro só aumenta o interesse nas obras desses infames autores.
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