Teatro da terceira idade

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Não dá pra negar, a população brasileira está envelhecendo cada vez mais rápido. De acordo com o IBGE, até 2042, a população com mais de 60 anos irá dobrar, e, até 2060, um quarto dos brasileiros terá mais de 65 anos.

Dessa forma, é natural que surjam questões sobre como a sociedade deve se comportar com a nova realidade. Para ajudar a pensar sobre elas, o Rio+Cultura separou três dicas de teatro que abordam essas questões. Tem o reencontro entre uma cientista com a mãe, as dores de um palhaço descartado e uma homenagem a um diretor de teatro que comemora 40 anos dedicados aos palcos.

Rugas - Um Espetáculo sem Botox

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Há mais de três ano, Vanja Freitas e Claudiana Cotrim têm pesquisado sobre a velhice. Para isso, elas realizaram dezenas de entrevistas com pessoas entre 40 e 80 anos e leram uma série de livros, que vão de Simone de Beauvoir a Anne Karpf.

Toda essa extensa pesquisa chamou a atenção do dramaturgo Hérton Gustavo Gratto e o levou a escrever o espetáculo Rugas, que conta a história de uma cientista que estuda o envelhecimento e viaja para o exterior perdendo o contato com a mãe. Até que um dia, precisa voltar para casa reencontrar sua  mãe que está doente.

Como não poderia ser diferente, Vanja e Claudiana interpretam mãe e filha, respectivamente,no espetáculo dirigido por Amir Haddad. As duas destacam que é muito importante olhar para essa questão do envelhecimento. “Eu espero que o público se divirta e reflita sobre essa fase da vida que pode ser criativa e poderosa. Queremos passar uma mensagem amorosa e incentivar as pessoas a olharem mais para os velhos”, conta Vanja.

“A gente propõe ao espectador que pense sobre algumas questões: ‘o que você vai ser quando envelhecer?’ ou ‘quando você se sentiu velho pela primeira vez?. O público mais velho vai se identificar profundamente e os jovens vão ter a oportunidade de mudar seu pensamento a respeito do próprio futuro”, completa Claudiana.

Rugas - Um Espetáculo sem Botox
Teatro Candido Mendes - Rua Joana Angélica, 63 - Ipanema (2525-1000)
Até 2 de junho.
Sábados e domingos, às 18h.
R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia).
Classificação: Livre.

Pirueta: O Último Grito de Isaac Ivanovitch


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Imagina que você é substituído por uma máquina e não passa a não ter mais utilidade para a sociedade. Parece ser o futuro apocalíptico de um episódio de Black Mirror, mas é só o a vida de Isaac Ivanovich, um ator que ganhava a vida animando festas infantis como o Palhaço Pirueta, até ser substituído por um videogame.

Sozinho, cheio de dívidas e sem perspectivas imediatas ele faz uma retrospectiva de toda a sua vida, e tenta entender como chegou até àquela situação. Para piorar, ele ainda é assaltado e tem que se resignar ao pernoite no seu improvisado camarim, um depósito infestado de baratas. Imerso em álcool, mágoas e glórias passadas, o palhaço se desespera quando percebe que está sem o antidepressivo do qual é totalmente dependente.

Com roteiro de Jason Prado e direção de Ana Velloso e Rogério Freitas, o monólogo de Paulo Giannini (ex-diretor do grupo Nós do Morro) é uma comédia dramática para adultos, focada nos problemas da hipermodernidade e na própria existência.

Pirueta: O Último Grito de Isaac Ivanovitch
SESC Tijuca - Rua Barão de Tijuca, 539 - Tijuca (3238-2139).
Até 2 de junho.
De Sexta a Domingo, às 20h.
R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$ 10 (sócio ou membro do SESC).
Classificação: 14 anos.

Encontro com Eudardo Wotzik - 40 Anos Investigando o Teatro

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Com quase 60 anos de idade e 40 de profissão, o premiado ator, diretor, autor, e professor Eduardo Wotzik pode se orgulhar de ter dedicado dois terços de sua vida dedicados ao teatro. Para comemorar esse marco, a Cidade das Artes tem organizado durante todo o mês de maio uma programação especial que traça um verdadeiro panorama sobre a vida e o trabalho do artista que participou da montagem de clássicos como Édipo Rei, de Sófocles, Rei Lear, de Shakespeare, Yerma, de Garcia Lorca, Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson Rodrigues, entre outras.

Coordenado pelo próprio artista, a programação é completa por uma diversas atividades, como a leitura dramatizada da próxima montagem de Wotzik: Mim, Chita. O espetáculo será uma adaptação da "autobiografia" do chimpanzé que interpretou a Macaca Chita, nos filmes do Tarzan, durante as décadas de 1930 e 1940. Na realidade, o livro foi escrito pelo britânico James Lever. Também serão feitas as leituras de Hannah Arendt - Uma Aula Magna (Work In Progess); e do aclamadíssimo Missa para Clarice - Um Espetáculo sobre o Homem e seu Deus.

Nesse final de semana, acontece a oficina Wotzik e o Som, com o próprio diretor e a preparadora vocal Jackie Hecker. Para participar do evento, basta se inscrever por meio de uma carta ou de vídeo de um minuto através do email oficinaswotzik@gmail.com. A programação completa você encontra no site do evento.

Diretora artística da Cidade das Artes, a atriz Bel Kutner destaca a importância do público ter contato com a obra de Wotzik. “O convite para a realização desta mostra evidencia a pluralidade que marca um centro cultural único no Brasil. Estou há dois anos dirigindo a Cidade das Artes e minha porta de entrada para a Cultura é o Teatro, do qual Wotzik é um dos mais importantes representantes contemporâneos”, destaca.

Encontro com Eduardo Wotzik - 40 Anos Investigando o Teatro
Cidade das Artes - Avenida das América, 5300 - Barra da Tijuca (3328-5300)
Até 26 de maio.

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