Tigre Branco, de Karen Shakhnazarov (Divulgação) |
No início do ano, me meti em uma jornada cinematográfica maravilhosa ao me comprometer a assistir todos os filmes que a TV Brasil exibe todos os dias de segunda a quinta. Cada dia é reservado para uma sessão diferente. Segunda é o dia do Cine Mundial; terça, do Cine Nacional; quarta, o Cine Mazzaropi traz as produções do humorista; e quinta era o dia do Cine Ibermedia, que trazia filmes da América Latina, Portugal e Espanha, mas foi substituída pelo Cine Etnodoc, que traz filmes documentários brasileiros de curta metragem.
Vá e Veja, de Elem Klimov (Divulgação) |
Nada contra o cinema russo, pelo contrário, achei bem interessante o panorama que a sessão faz ao trazer 16 filmes que vão da década de 1920 até a de 2010. O problema é: se a sessão se apresenta como Mundial, seria bom que realmente trouxesse produções do mundo todo. Se fosse pra se deter em um local só, era melhor ter deixado o Cine Ibermedia, que pelo tinha uma maior variedade de países.
Braço de Diamante, de Leonid Gaidai (Divulgação) |
Vou começar logo com o qual acredito que seja o melhor da sessão: Tigre Branco (2012), de Karen Shakhnazarov. O filme se passa durante a II Guerra Mundial e acompanha a história do tanquista Ivan Naydenov (Aleksey Vetkov), que sobrevive milagrosamente a um bombardeio alemão. A partir daí, Ivan passa a perseguir o um misterioso tanque alemão que parece ter vida própria. A perseguição ao tanque durante o filme é quase como uma caçada à Moby Dick.
Destaque para a cena final, onde após a rendição alemã que levou ao fim da Guerra, Ivan defende que o tanque do Hitler ainda não foi derrotado e ainda se encontra por aí, podendo voltar em qualquer momento. Em seguida, o próprio Hitler (Karl Krantskovki) aparece se justificando dizendo que não fez nada de errado porque a guerra é da natureza humana e nunca teve um início e nem terá um fim.
Cidade dos Ventos, de Karen Shakhnazarov (Divulgação) |
Há também os filmes mais ideológicos produzidos durante a II Guerra, como Tratoristas (1939), de Ivan Pyriev, e O Retorno de Vassily Bortnikov (1953), de Vsevolod Illarionovich Pudovkin. Bastante panfletários, acabaram sendo chatos pra quem já superou a ultrapassada e maniqueísta divisão Capitalismo X Socialismo; pelo menos, com esses filmes podemos entender como funcionaria a utopia socialista.
Doze Cadeiras, de Leonid Gaidai (Divulgação) |
Outros filmes exibidos na sessão: As Aventuras Extraordinárias de Mister West no País dos Bolcheviques (1924), de Lev Kulechov; Circus (1936), de Grigori Aleksandrov; Alexander Nevsky (1938), de Sergei Eisenstein e Dmitri Vasilyev; Às Seis da Tarde Depois da Guerra (1944), de Ivan Pyriev; Primavera (1947), de Grigori Aleksandrov; Noite de Inverno em Gagra (1985), Sonhos (1993) e A Filha Americana (1995), os três de Karen Shakhnzarov.
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