Uma das maiores façanhas realizadas pela Netflix é ter descentralizado dos Estados Unidos a produção de audiovisuais. The Rain está aí pra confirmar isso. Diretamente da Dinamarca, a série de Jannik Tai Mosholt, Esben Toft e Christian Potalivo acompanha um futuro distópico após um vírus que se propaga pela chuva praticamente exterminar a população dinamarquesa.
O foco da série são os irmãos Simone (Alba August) e Rasmus (Lucas Lynggard Tønnesen), que passaram seis anos sozinhos em um bunker construído pela Apollon, companhia farmacêutica onde trabalha seu pai, o cientista Dr. Frederik Andersen (Lars Simonsen).
Após seis anos, os dois irmãos decidem sair do bunker para procurar o pai, quando se deparam com um grupo de sobreviventes formado por Martin (Mikkel Følsgaard), Patrick (Lucas Løkken), Lea (Jessica Dinnage), Jean (Sonny Lindberg) e Beatrice (Angela Bundalovic). No início, há uma certa desconfiança recíproca entre os irmãos e o resto do grupo, mas ela vai desaparecendo ao longo da temporada.
Com uma dinâmica bem parecida à de outras histórias pós-apocalípticas, The Rain lembra, em muitos aspectos, séries como The Walking Dead, principalmente ao levantar questões éticas sobre como se manter civilizado após o colapso da sociedade. Porém, a semelhança acaba por aí. Aqui não tem nenhuma ameaça zumbi, que acabam sendo substituídos pelos Estranhos, caçadores de sobreviventes. Ainda assim, os zumbis não chegam a fazer muita falta, já que a temporada é pequena (apenas 8 episódios), permitindo o desenvolvimento da história sem enrolações.
O único desvio da trama principal fica por conta do quinto episódio, que, por fugir do arco principal, prefere se desenvolver por um gênero diferente, mais voltado para o suspense psicológico. Ainda assim, o episódio não é totalmente gratuito e traz informações importantes sobre a origem do vírus.
A série também permite o desenvolvimento de uma complexa teia amorosa. Simone ama Martin, que ama Beatrice, que ama Rasmus. Há alguns suspiros e olhares ciumentos em alguns momentos, mas nada que acabe comprometendo o andamento da trama. Pelo contrário, as dúvidas amorosas se tornam essenciais para explicar os comportamentos dos personagens e fazer a história andar. Novamente, a série mostra o quão bem amarrado é o enredo.
No último episódio, a série, já renovada para a segunda temporada, promete seguir um novo rumo no próximo ano, sem se preocupar com o já batido reestabelecimento da civilização, mas trazendo um jogo de gato-e-rato entre o grupo principal e os Estranhos.
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