por Filipe Fernandes
A partir da cultura mineira, o sagrado e o profano se encontram da forma mais caótica possível. Essa é uma forma de descrever o trabalho do artista mineiro Farnese de Andrade, cujas produções podem ser conferidas na exposição Arqueologia Existencial, em cartaz na Caixa Cultural.
Nascido em 1926, em Araguari, Minas Gerais, Farnese foi aluno da Escola do Parque de Belo Horizonte, entre 1945 e 1948, quando veio morar no Rio de Janeiro, onde foi ilustrador de jornais e revistas, como O Diário de Notícias, Correio da Manhã, O Cruzeiro e Manchete. Nos anos 70, passou por diversos países da Europa. Em 1975, volta de vez ao Rio, onde morre, em 1996.
Suas assemblages (montagens) chamam a atenção ao serem construídas em cima de gamelas e oratórios, objetos típicos da cultura mineira, ou ao utilizarem membros "mutilados" de bonecos de plástico, criando uma atmosfera perturbadora.
Outra característica que chama a atenção em seu trabalho é a maneira com que suas obras misturam a religião com a sexualidade. Essa mistura replica as dúvidas, angústias e sentimentos do próprio artista que usa da arte pra tenta compreender sua própria fé.
Para o curador Marcus de Lontra Costa, a obra de Farnese de Andrade influenciou - e ainda influencia - muitos artistas que vieram depois dele. "Farnese foi responsável por abrir caminho para as obras viscerais e/ou românticas de uma geração de artistas que inclui Tunga, Leonilson, Ângelo Venosa e Adriana Varejão", comenta Marcus. "Todos eles nomes que trazem para a arte brasileira um apelo figurativo, simbólico e um grande vigor orgânico, elementos que sempre se mostraram fundamentais no pensamento e ação do artista.
A exposição conta ainda com a exibição do documentário Farnese, de Olívio Tavares de Araújo, e uma entrevista com o curador Marcus Costa. Há ainda alguns textos de poetas, como Hilda Hilst e Walter Benjamin, que ajudam a trazer novas interpretações para o trabalho do mineiro.
Farnese de Andrade - Arqueologia Existencial
Caixa Cultural - Avenida Almirante Barroso, 25, Centro.
Terça a domingo, das 10h às 21h.
Até 20 de maio.
Entrada Franca.
Classificação: Livre.
O escultor Farnese de Andrade ganha mostra na Caixa Cultural.
(Filipe Fernandes/Rio+Cultura)
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A partir da cultura mineira, o sagrado e o profano se encontram da forma mais caótica possível. Essa é uma forma de descrever o trabalho do artista mineiro Farnese de Andrade, cujas produções podem ser conferidas na exposição Arqueologia Existencial, em cartaz na Caixa Cultural.
Sem título, 1994. (Filipe Fernandes/Rio+Cultura) |
Suas assemblages (montagens) chamam a atenção ao serem construídas em cima de gamelas e oratórios, objetos típicos da cultura mineira, ou ao utilizarem membros "mutilados" de bonecos de plástico, criando uma atmosfera perturbadora.
Outra característica que chama a atenção em seu trabalho é a maneira com que suas obras misturam a religião com a sexualidade. Essa mistura replica as dúvidas, angústias e sentimentos do próprio artista que usa da arte pra tenta compreender sua própria fé.
Para o curador Marcus de Lontra Costa, a obra de Farnese de Andrade influenciou - e ainda influencia - muitos artistas que vieram depois dele. "Farnese foi responsável por abrir caminho para as obras viscerais e/ou românticas de uma geração de artistas que inclui Tunga, Leonilson, Ângelo Venosa e Adriana Varejão", comenta Marcus. "Todos eles nomes que trazem para a arte brasileira um apelo figurativo, simbólico e um grande vigor orgânico, elementos que sempre se mostraram fundamentais no pensamento e ação do artista.
A exposição conta ainda com a exibição do documentário Farnese, de Olívio Tavares de Araújo, e uma entrevista com o curador Marcus Costa. Há ainda alguns textos de poetas, como Hilda Hilst e Walter Benjamin, que ajudam a trazer novas interpretações para o trabalho do mineiro.
O Anjo Anunciador, 1976. (Filipe Fernandes/Rio+Cultura) |
Farnese de Andrade - Arqueologia Existencial
Caixa Cultural - Avenida Almirante Barroso, 25, Centro.
Terça a domingo, das 10h às 21h.
Até 20 de maio.
Entrada Franca.
Classificação: Livre.
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