Presidente do Municipal apresenta planos para o Theatro

por Filipe Fernandes

"Quero montar cinco óperas e quatro balés", declara Fernando Bicudo,
presidente do Theatro Municipal. (Leo Martins/Agência O Globo)

O primeiro mês de Fernando Bicudo na presidência do Theatro Municipal foi para colocar ordem na casa. Analisar a situação financeira do Theatro, cobrar do governo do Estado o pagamento dos salários atrasados de 2017 e 2016 (agora só resta o pagamento de janeiro de 2018, que, de acordo com o governador Pezão, não poderá ser pago antes do Carnaval) e escolher alguém para substituir o diretor artístico, André Heller-Lopes.

Agora, Bicudo está definindo com o corpo de diretores do Theatro qual será a programação de 2018. "Quero montar cinco óperas e quatro balés. Venho me reunindo com o colegiado artístico que montei.", comenta o presidente em entrevista ao jornal O Globo. O colegiado ao qual ele se refere é formado pelo encenador Pier Maestrini, representando das óperas, as bailarinas Ana Botafogo e Cecília Kerche, representando o balé, e pelo maestro Tobias Volkman, representando a orquestra. Juntos, eles compõe a direção artística do Municipal.

De acordo com Bicudo, ainda não foram definidos quais títulos serão apresentados, em 2018. "Definiremos os títulos de acordo com as circunstâncias da casa", afirma o presidente do Municipal, que aponta Porgy e Bess, de Gershwin, e Um Baile de Máscars, de Kiel, como alguns dos nomes cogitados para 2018.

Para driblar as limitações financeiras, Bicudo aumentou o aluguel do Theatro de R$ 40 mil para R$ 90 mil e pretende realizar parcerias com outros teatros de óperas, como o Palácio das Artes e o New York City Opera.

Ele também revelou que pretende se aproximar das associações de funcionários a fim de fazer uma administração participativa. Um dos pontos apontados por ele são os salários, estagnados desde 2002, com apenas um pequeno aumento em 2012. "Em Brasília, um músico começa ganhando R$ 10 mil. Aqui, R$ 3 mil! Os melhores vão embora, uma grande pena", desabafa Bicudo. "Não posso aumentar nem fazer concurso, estou sujeito à Lei de Responsabilidade Fiscal".

Porém, apesar de encontrar um Theatro Municipal completamente abandonado, Fernando Bicudo mantém a esperança de devolver à casa os seus dias de glória. " Vou resgatar essa excelência, com o apoio dos corpos artísticos. Quero ser o porta-voz das reivindicações deles, arrumar a casa. É o ponto de partida. Depois da tempestade, vem o arco-íris", afirmou Bicudo.

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