por Filipe Fernandes
Próximo domingo acontecerá a maior premiação do cinema mundial, o Oscar. Por isso, o Rio+Cultura analisa os nove indicados a melhor filme e faz a sua aposta.
The Post - A Guerra Secreta
Ao relembrar a cobertura que o jornal Washington Post fez sobre os Pentagon Papers, documentos secretos que revelavam que desde o início da Guerra Vietnã, os Estados Unidos estavam destinados ao fracasso.
Ao contar essa história, o filme mostra a importância de uma imprensa livre, pilar da democracia.
O discurso que The Post adota contradiz o do presidente Donald Trump, que tenta a todo custo desmoralizar a imprensa. Isso pode fazer com que The Post ganhe alguns votos, mas nada que leve a sua vitória. Porém, surpresas acontecem. Em 2016, Spotlight (que, coincidentemente, também falava sobre a importância do jornalismo) levou o Oscar, mesmo não sendo um grande filme.
Me Chame Pelo Seu Nome
Um dos filmes mais comentados, Me Chame Pelo Seu Nome tem grandes chances de levar o Oscar. O diretor Luca Guadagnino consegue transmitir uma atmosfera romântica não apenas pela relação entre Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer), mas também pelas paisagens do norte da Itália. Uma verdadeira obra de arte!
Corra!
O longa é um excelente suspense que retrata o racismo enfrentado por negros. Corra! é um representante dos novos rumos que o Oscar vem tomando há uns dois anos: procurar produções que apresentam uma diversidade racial, além de incluir filmes mais comerciais.
Poderia levar a estatueta por causa da temática racial, mas o fato de ser um filme de suspense mina as chances de ganhar o prêmio de Melhor Filme.
Lady Bird - A Hora De Voar
Uma típica história de amadurecimento. As atuações de Saoirse Ronan (indicada a melhor atriz) e Laurie Metcalf (indicada a melhor atriz coadjuvante) são o grande ponto do filme. Porém, é só isso que o filme oferece. Não que seja ruim. Simplesmente não traz nada que justifique ganhar o Oscar.
O Destino De Uma Nação
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra passou um dos seus momentos mais tensos quando seus soldados se viram encurralados pelas tropas alemães na praia de Dunkirk, na França. Dois filmes abordam esse caso: O Destino De Uma Nação e Dunkirk (que veremos daqui a pouco).
O Destino De Uma Nação dá destaque para o primeiro-ministro Winston Churchill, que tenta fazer de tudo para resgatar as tropas britânicas. Retratado como um mestre da oratória, que pensa cuidadosamente em cada palavra que irá dizer, o Churchill de Gary Oldman inspirava o Reino Unido, trazendo esperança e unindo à nação britânica.
O filme serve como uma luva ao cenário político mundial dos dias de hoje, ao criticar políticos atuais, como Trump e Bolsonaro, que se utilizam de discursos rasos e simplistas, visando apenas conquistar votos. E é essa crítica que aumenta as chances do filme conquistar o Oscar.
Trama Fantasma
A biografia do estilista Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um dos filmes menos convencionais da lista. Localizado na Londres dos anos 50, é um romance com um final feliz e sombrio. É um bom filme: diferente e interessante, mas sem nada que justifique um prêmio de melhor filme.
Três Anúncios Para um Crime
Quando uma mãe (Frances McDormand) vê que as investigações do estupro e assassinato de sua filha estão paradas há mais de um ano, ela aluga três outdoors para cobrar satisfações das autoridades da cidade.
Apesar da trama parecer pesada, o filme a coloca de uma maneira leve, um pouco cômica, o que alivia consideravelmente a história. Nem mesmo o abuso de autoridade do policial racista Jason Dixon (Sam Rockwell) ou o câncer do xerife do Bill Willoughby (Woody Harrelson) conseguem deixar o filme pesado.
Mais uma vez Donald Trump é alfinetado através do policial Dixon, que faz uma crítica ao abuso de autoridades, porém o roteiro e a direção de Martin McDonagh (Sete Psicopatas) mostram que há uma redenção para todos.
São grandes as chances de levar o prêmio de melhor filme e maiores ainda em outras duas categorias: melhor atriz para Frances McDormand e melhor ator coadjuvante para Sam Rockwell.
Dunkirk
Ao contrário de O Destino De Uma Nação, Dunkirk atravessa o Canal da Mancha e mostra a história
do ponto de vista dos soldados encurralados. O filme empolga mais por conta das cenas de ação, porém, a habilidade de Churchill com as palavras também ganha destaque na última cena do filme.
Os dois filmes são ótimos. Dunkirk é muito bom nas categorias técnicas, enquanto O Destino De Uma Nação tem mais chances nas categorias principais, por retratar um bom exemplo de líder, algo difícil de se encontrar nos dias atuais.
A Forma Da Água
Eis o filme que anula todas as previsões feitas até aqui. Caso A Forma Da Água não tivesse sido indicado seria difícil apontar um vencedor. Mas, uma vez na lista, fica claro que o filme do diretor mexicano Guillermo Del Toro (Círculo de Fogo) é quem deve levar a melhor.
Em primeiro lugar, as 13 indicações o tornam o filme mais indicado do Oscar desse ano. Se ganhar em todas as categorias supera filmes como O Senhor Dos Anéis - O Retorno Do Rei, Titanic e Ben-Hur, que ganharam 11 vezes, cada um.
Além disso, os principais pontos fortes dos outros indicados também estão aqui. Tem as críticas ao autoritarismo de Trump presentes em diversos filmes, o clima romântico de Me Chame Pelo Seu Nome, além de valorizar a diversidade ao retratar casos de racismo, machismo e homofobia, que são vistos em Corra!, The Post e Me Chame Pelo Seu Nome.
E todos esses pontos são inseridos na trama de uma forma natural, sem transformar a história em algo parecido com uma colcha de retalhos. Será uma grande (e triste) surpresa se A Forma Da Água não for escolhido como o melhor filme.
______
E você? Qual filme você acha que deve levar o Oscar? Deixe um cometário dizendo as suas apostas.
Lembrando que a TNT transmitirá ao vivo a cerimônia do Oscar, no próximo domingo (4), a partir das 20h30.
Próximo domingo acontecerá a maior premiação do cinema mundial, o Oscar. Por isso, o Rio+Cultura analisa os nove indicados a melhor filme e faz a sua aposta.
The Post - A Guerra Secreta
Ao relembrar a cobertura que o jornal Washington Post fez sobre os Pentagon Papers, documentos secretos que revelavam que desde o início da Guerra Vietnã, os Estados Unidos estavam destinados ao fracasso.
Ao contar essa história, o filme mostra a importância de uma imprensa livre, pilar da democracia.
O discurso que The Post adota contradiz o do presidente Donald Trump, que tenta a todo custo desmoralizar a imprensa. Isso pode fazer com que The Post ganhe alguns votos, mas nada que leve a sua vitória. Porém, surpresas acontecem. Em 2016, Spotlight (que, coincidentemente, também falava sobre a importância do jornalismo) levou o Oscar, mesmo não sendo um grande filme.
Me Chame Pelo Seu Nome
Um dos filmes mais comentados, Me Chame Pelo Seu Nome tem grandes chances de levar o Oscar. O diretor Luca Guadagnino consegue transmitir uma atmosfera romântica não apenas pela relação entre Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer), mas também pelas paisagens do norte da Itália. Uma verdadeira obra de arte!
Corra!
O longa é um excelente suspense que retrata o racismo enfrentado por negros. Corra! é um representante dos novos rumos que o Oscar vem tomando há uns dois anos: procurar produções que apresentam uma diversidade racial, além de incluir filmes mais comerciais.
Poderia levar a estatueta por causa da temática racial, mas o fato de ser um filme de suspense mina as chances de ganhar o prêmio de Melhor Filme.
Lady Bird - A Hora De Voar
Uma típica história de amadurecimento. As atuações de Saoirse Ronan (indicada a melhor atriz) e Laurie Metcalf (indicada a melhor atriz coadjuvante) são o grande ponto do filme. Porém, é só isso que o filme oferece. Não que seja ruim. Simplesmente não traz nada que justifique ganhar o Oscar.
O Destino De Uma Nação
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra passou um dos seus momentos mais tensos quando seus soldados se viram encurralados pelas tropas alemães na praia de Dunkirk, na França. Dois filmes abordam esse caso: O Destino De Uma Nação e Dunkirk (que veremos daqui a pouco).
O Destino De Uma Nação dá destaque para o primeiro-ministro Winston Churchill, que tenta fazer de tudo para resgatar as tropas britânicas. Retratado como um mestre da oratória, que pensa cuidadosamente em cada palavra que irá dizer, o Churchill de Gary Oldman inspirava o Reino Unido, trazendo esperança e unindo à nação britânica.
O filme serve como uma luva ao cenário político mundial dos dias de hoje, ao criticar políticos atuais, como Trump e Bolsonaro, que se utilizam de discursos rasos e simplistas, visando apenas conquistar votos. E é essa crítica que aumenta as chances do filme conquistar o Oscar.
Trama Fantasma
A biografia do estilista Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um dos filmes menos convencionais da lista. Localizado na Londres dos anos 50, é um romance com um final feliz e sombrio. É um bom filme: diferente e interessante, mas sem nada que justifique um prêmio de melhor filme.
Três Anúncios Para um Crime
Quando uma mãe (Frances McDormand) vê que as investigações do estupro e assassinato de sua filha estão paradas há mais de um ano, ela aluga três outdoors para cobrar satisfações das autoridades da cidade.
Apesar da trama parecer pesada, o filme a coloca de uma maneira leve, um pouco cômica, o que alivia consideravelmente a história. Nem mesmo o abuso de autoridade do policial racista Jason Dixon (Sam Rockwell) ou o câncer do xerife do Bill Willoughby (Woody Harrelson) conseguem deixar o filme pesado.
Mais uma vez Donald Trump é alfinetado através do policial Dixon, que faz uma crítica ao abuso de autoridades, porém o roteiro e a direção de Martin McDonagh (Sete Psicopatas) mostram que há uma redenção para todos.
São grandes as chances de levar o prêmio de melhor filme e maiores ainda em outras duas categorias: melhor atriz para Frances McDormand e melhor ator coadjuvante para Sam Rockwell.
Dunkirk
Ao contrário de O Destino De Uma Nação, Dunkirk atravessa o Canal da Mancha e mostra a história
do ponto de vista dos soldados encurralados. O filme empolga mais por conta das cenas de ação, porém, a habilidade de Churchill com as palavras também ganha destaque na última cena do filme.
Os dois filmes são ótimos. Dunkirk é muito bom nas categorias técnicas, enquanto O Destino De Uma Nação tem mais chances nas categorias principais, por retratar um bom exemplo de líder, algo difícil de se encontrar nos dias atuais.
A Forma Da Água
Eis o filme que anula todas as previsões feitas até aqui. Caso A Forma Da Água não tivesse sido indicado seria difícil apontar um vencedor. Mas, uma vez na lista, fica claro que o filme do diretor mexicano Guillermo Del Toro (Círculo de Fogo) é quem deve levar a melhor.
Em primeiro lugar, as 13 indicações o tornam o filme mais indicado do Oscar desse ano. Se ganhar em todas as categorias supera filmes como O Senhor Dos Anéis - O Retorno Do Rei, Titanic e Ben-Hur, que ganharam 11 vezes, cada um.
Além disso, os principais pontos fortes dos outros indicados também estão aqui. Tem as críticas ao autoritarismo de Trump presentes em diversos filmes, o clima romântico de Me Chame Pelo Seu Nome, além de valorizar a diversidade ao retratar casos de racismo, machismo e homofobia, que são vistos em Corra!, The Post e Me Chame Pelo Seu Nome.
E todos esses pontos são inseridos na trama de uma forma natural, sem transformar a história em algo parecido com uma colcha de retalhos. Será uma grande (e triste) surpresa se A Forma Da Água não for escolhido como o melhor filme.
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E você? Qual filme você acha que deve levar o Oscar? Deixe um cometário dizendo as suas apostas.
Lembrando que a TNT transmitirá ao vivo a cerimônia do Oscar, no próximo domingo (4), a partir das 20h30.
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