Crítica: My Only Love Song

por Filipe Fernandes



Já faz algum tempo que o cenário musical brasileiro e mundial vem sendo invadido pela música pop da Coreia do Sul, mais conhecida por K-pop. Esse fenômeno já migrou para o conteúdo audiovisual e, não poderia ser diferente, chegou à Netflix, que lançou no ano passado a sua primeira série coreana: My Only Love Song, ou se você preferir: 마이 온리 러브송.

Com uma história bastante simples, a série segue a arrogante Song Soo-jung (Gong Seung-yeon) uma arrogante estrela coreana, que volta no tempo até o período em que o rei Pyeongwon (Lee Yong-jik) governava um dos três reinos da Coreia, entre os anos de 559 e 590. Ali ela conhece o vigarista On-dal (Lee Jong-hyun), aos poucos eles vão se apaixonando. Porém, Soo-jung se vê diante de um dilema, porque a história diz que On-dal se casaria com a princesa Pyunggang (Kim Yeon-seo).

Apesar de abordar o conceito de viagem do tempo, a série não entra a fundo nessa questão e nem tenta trazer uma explicação científica para o que aconteceu. Sabemos apenas que as viagens no tempo são feitas através de uma van mágica que possui vontade própria. Como ela viaja no tempo e porque ela tem vontade própria são perguntas que não são respondidas. Porém, essa ausência de respostas não faz qualquer diferença para quem assiste a série, uma vez que ela é mais uma comédia romântica do que uma ficção científica.

O roteiro apresenta uma boa qualidades, trazendo piadas nos momentos certos, principalmente em relação aos objetos do futuro trazidos para o passado. Além disso, não existem questões essenciais para a compreensão da história que fiquem sem respostas, com exceções de alguns ganchos para a segunda temporada, que ainda não foi confirmada.

Apesar disso, a série perde um pouco da qualidade por conta do excesso de flashbacks, que atrapalham o andamento da história. A série pode funcionar para quem deseja assistir um episódio de cada vez, mas se o seu desejo for maratonar, a série fica maçante. Não fossem os flashbacks, os vinte episódios poderiam ser reduzidos para mais ou menos quinze.

A série ainda se destaca por sua trilha sonora que, apesar de pequena (apenas três músicas), consegue cativar aqueles que, como eu, não entendem uma palavra sequer de coreano.

Leve e divertida, My Only Love Song é uma boa pedida tanto pra quem já conhece bastante da cultura sul coreana, quanto pra quem sabe apenas que a Coreia do Sul fica perto da Coreia do Norte.

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