Além da superfície

por Filipe Fernandes

The City Has Been Painted II, de Felipe Morozini

A ideia de que a beleza interior é mais relevante que a exterior é questionada pela exposição Superfícies Sensíveis/Pele/Muro/Imagem. Poderíamos até mesmo dizer que essa é uma ideia superficial, se esse adjetivo não desqualificasse o termo.

Com curadoria de Laila Melchior e Ícaro Ferraz Vidal Jr., a mostra dialoga com os pensamentos do escritor francês Paul Valèry, que defendia que o que há de mais profundo é a pele, e do filósofo alemão Nietzsche, que apreciava os gregos por sere superficiais - por profundidade.

Notas Públicas, nº 2, de Íris Helena,
foi impressa em centenas de post-its.

Dessa forma, as obras valorizam as superfícies do corpo humano (pele), da cidade (muro) e das telas (imagem). Os significados ocultos nessas superfícies demandam tempo para serem percebidos e compreendidos, o que só reforça que as superfícies não são "superficiais".

Uma pintura abstrata de Ricardo Theodoro nada mais é do que a foto de um muro, enquanto The City Has Been Painted II, de Felipe Morozini, questiona a oposição entre dentro e fora da mesma forma que a exposição questiona a ideia de superfícialidade e profundidade.

Superfícies Sensíveis/Pele/Muro/Imagem
Caixa Cultural - Avenida Almirante Barroso, 25 - Centro (3980-3815)
Terça a Domingo, das 10h às 21h. Até 4 de março.
Entrada Franca
Classificação indicativa: 14 anos

Comentários