Novo álbum de Diogo Nogueira celebra seus dez anos de carreira

por Filipe Fernandes

Diogo Nogueira visita quilombo de São José da Serra.
Rafaê Silva/Divulgação

Há dez anos atrás, Diogo Nogueira iniciava a sua carreira musical. Até aquele momento, o músico era um jogador de futebol, mas uma lesão no joelho o levou a afastar-se dos campos e a assumir o talento que veio do pai, João Nogueira.

Para comemorar esses dez anos como músico, Diogo lança seu novo álbum: Munduê. De acordo com Diogo, esse é o seu primeiro álbum autoral, em que participou da composição de todas as músicas. Esse talento como compositor não é novidade. Entre 2007 e 2010, compôs quatro sambas-enredo para a Portela, sua escola de coração

Munduê foi uma forma de Nogueira voltar às suas origens. "Eu queria voltar para a minha ancestralidade, e a única maneira de fazer isso era voltar para um lugar que ainda existe", comenta Diogo em entrevista ao jornal O Globo. Para fazer isso Diogo foi visitar o povo quilombola de São José da Serra, em Conservatória.

"Eu inventei a roupa de um guerreiro, pintei a cara de lama e voltei a esse universo. Daí veio a ideia de estar com as crianças, que representam o mundo erê, da pureza. Comecei a brincar e a caminhar com elas por uma estrada e o Rafaê tirou essa foto." Foi dessa forma que surgiu a capa do álbum.

A volta às origens fica clara também nos arranjos de Rafael dos Anjos e Alessandro Cardozo, Ivan Paulo e Glson Peranzzetta. "Pensei muito, nesse novo disco, na batucada que remetesse à época do Fundo de Quintal e àqueles primeiros discos do Zeca (Pagodinho), mas sem deixar de fora um pouco da modernidade, do que vem acontecendo hoje. Por isso ele tem muito banjo, a levada do partido alto, a batucada do Belôba", explica Nogueira.

Diego pensa em trabalhar em um show para o Munduê e gravar um DVD para o álbum, mas isso ele deixa só pro final de 2018. Enquanto isso ele segue apresentando os programas Em Cartaz, às sextas, 23h, na Rádio Globo, e Batucada Boa, na Rádio Transcontinental.


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